Conversa vai e conversa vem, acabou que as duas conseguiram uma cabine vazia para nós, a cabine de número 01. Toca pegar todas as malas e mochilas da cabine 06 e ir para a cabine 01, valeria a pena, pois ficaríamos no vagão 01, cabine 01, só nós dois, como se fosse 1ª classe.
Deu trabalho mas assim o fizemos. Alegria de pobre dura pouco, foram apenas duas horas de first class. Em uma das paradas, entraram 2 homens na cabine número 01. Os dois eram muito gente boa. Tudo bem, logo tomei a gerência da cabine e combinei com um deles, que poderíamos fazer a divisão bilateral: o lado esquerdo seria deles e o direito nosso. Desta maneira ficaríamos com uma cama em baixo e outra em cima para cada dupla. Eles concordaram, sentamos e começamos a conversar. Vladimir, sim Vladimir III, pois ele era o 3º Vladimir que encontramos na viagem.
(O primeiro Vladimir encontramos no primeiro trem, de Moscow para Yekaterinburgo. O segundo Vladimir, encontramos nas ruas de Yekaterinburgo, levando seu Rotweiller para passear. Como eu adoro as bolinhas de pelos, fiquei olhando e quis passar a mão no bichão, Vladimir II soltou a guia do cão, mostrando que ele era manso, acariciei e brinquei um pouquinho com ele. Vladimir II nos perguntou de onde éramos, eu disse "brazili", ele colocou a mão no peito, abriu um sorrisão e disse em inglês: Brazil, i´m respect").
Vladimir III se lembrava um pouco do inglês que aprendeu na escola. Desta forma, conversamos bastante, nós dois com um excelente macarrônico inglês, nóis vai, nóis fumo. Pobre é uma merda mesmo... Um cara, que tinha o bilhete para a cabine 01, fez questão de ficar nela. Tivemos que pegar todas as malas novamente da cabine 01 e nos mudar para a nossa cabine de direito, camas superiores, cabine 06. De novo, o trabalhão, mas foi legal, Irina nos ajudou com as malas, Vladimir III também.
Natália se despedia de todos, pois chegara a Omsk, sua cidade natal e de moradia. Não sabíamos, mas na cabine 03, na verdade eram 3 mulheres, uma delas, Anastasia, estava na cabine 05 pois estava vazia quando ela entrou no trem. Nesta mudança toda de cabines, Anastasia também teve que retornar à sua de direito, a cabine 06, a mesma que a nossa.
A jovem Anastasia tinha um ótimo inglês. Ela morou 3 meses nos Estados Unidos e na viagem que fez da Califórnia para a Disney teve a companhia de um rapaz brasileiro. Como ela se mostrou empolgada com ele, eu perguntei se o nome dele era Alexandre. A primeira pergunta que ela fez à Célia era sobre se o Brasil era realmente tão perigoso quanto ela via no noticiário. Célia explicou o modo de vida no Brasil e Anastasia, que era formada em tecnologia da informação, contou que nessa viagem que fez o brasileiro preferiu não dormir durante todo o trajeto, pois tinha medo de ter sua bagagem roubada. Ela fez, então, uma cara de "dã"...
Querendo participar da conversa entre Célia e a jovem, mas sem arranhar nada de inglês, Stlevania pediu para que Anastasia perguntasse se a vida no Brasil era como nas novelas que passam na Rússia. A própria Anastasia respondeu: "Claro que não! As novelas são sobre a vida das pessoas ricas!". Célia contou que, no Brasil, há uma média de cinco novelas por dia (contando Vale a pena ver de novo e Malhação) e que, às vezes, chegam a ser seis (novela das 11 h). Stlevania pareceu extasiada, mas Anastasia fez uma cara de bull shit!
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