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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Saideira

Ninguém é de ferro, né? O dia foi "exaustivo" e temos que tomar uma cervejinha pra relaxar antes de fazermos as malas. A saideira de Irkutsk é russa (eu ia tentar reproduzir o nome, mas tá difícil - vocês podem ver aí na foto abaixo).

Baikal Lake

Acordamos dentro do planejado, é claro, com a ajuda do despertador.

Era 9:00, Célia me acordou e disse: "levanta Ronaldo, se for para ficar aí deitado me avisa que
eu vou deitar também". Eu respondi: "então deita!. "vamos Ronaldo, vem até Irkutsk e não vai no lago baikal?" Eu respondi: " agente vai ver do trem", até que eu levantei, morrendo de sono.

Pegamos o mapinha, bastante apagado, pois foi impresso pela recepcionista do hostel, muito solícita. Ah, o hostel é o Irkutsk Hostel, recomendo!

Com o mapinha na mão fomos achar onde tínhamos que pegar o mini bus para irmos para ir para Listvianka, uma cidadezinha à beira do lago Baikal, a 70 quilômetros de Irkutsk. Saímos do hostel já preparados, pois o clima siberiano deu as caras. Estava muito frio e muito vento, o sol deve ter voltado para o Brasil, com certeza ele estava bem longe daqui. Fiquei feliz, pois até hoje não tínhamos usado nossas roupas de frio, na Rússia faz frio pô!

Célia reclamava, reclamava muito do frio, eu estava gostando. Fomos seguindo mais ou menos o mapinha, deu que passamos do ponto e tivemos que voltar, andamos bastante. Fui parando as pessoas e perguntando: "pajausta, marshrutka, Litsvianka?" (marshrutka é o nome dos mini bus daqui). eu obtinha respostas muito satisfatórias, podíamos ver que eles realmente sabiam onde era, o problema era nós que não entendíamos o que eles diziam, apenas íamos seguindo para onde eles apontavam e com algumas palavras em russo que pescávamos.

Procurando o ponto de parada da marshrutka, encontramos uma turma de finlandeses, que também estava vendo como se fazia para ir para o lago Baikal. Perguntamos a um taxista, mas é claro, ele nos ofereceu nos levar no taxi dele.

Os finlandeses, atravessaram a rua e entraram na estação de ônibus, não tivemos dúvidas, fomos atrás deles, afinal eles deveriam falar inglês, e qualquer informação que eles tivessem poderia ser proveitosa para nós. Entramos na estação e cheguei perto do rapaz finlandês, "please, please, are you tourist?" ele responde que sim, levantei as mãos e agradeci. Nos apresentamos como brasileiros que somos, isto é, Célia é meio farsa: angolana, portuguesa, mora no brasil, perdida na Rússia, mas tudo bem, passou como brasileira também. Todos gostam de brasileiros, a gente está com a bola toda! que bom não é mesmo?

No fim das contas, o taxista pedia 250 rublos cada um, o ônibus era 200 rublos, mas o marchrutka era 100. Um dos turistas finlandeses falava russo, o que ajudou bastante. Ele veio e nos ofereceu para ir com eles no taxi por 100 rublos cada um, aceitamos na hora. Lá fomos nós 9 para o lago Baikal. Sim, 9, eu Célia, o motorista e 6 finlandeses. Todos em um carrinho para 7 pessoas, e o pior, com um motorista de Irkutsk, todos são meios doidões na direção por aqui, e um carro chinês com a direção do lado errado. Célia foi rezando.



Paisagem linda pela estrada e loucuras mil do motorista, ultrapassagem onde não se vê nada de quem vem do outro lado da estrada, principalmente com a direção do lado errado do carro.

Chegamos em Listvianka, um frio da porra, agora sim, estávamos realmente na Sibéria! O Baikal é imenso, parece um mar, não se vê a outra margem. Um vento de sei la quantas milhas, sim, quilômetros era pouco. mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

Nos despedimos dos finlandeses e seguimos a nossa trip.

Fomos até a beira do lago, tirar umas fotos e eu fui colocar a mão na água. A idéia inicial era dar um mergulho rapidinho, eu sabia que estaria frio, mas depois que coloquei a minha mão na água por 1,6 segundo e ela congelou, desisti do mergulho e a toalha não saiu da mochila.







Fomos andar pela cidadezinha, só tem mesmo a rua beira lago, frio e vento da porra. Muitas barraquinhas de souvenires, vários muito interessantes mas muito caro também. Compramos alguns presentinhos para os amigos, família e para nós também. Célia precisava de um café e de ir ao banheiro. Entramos em um bar, todo de madeira, bem bacana. O dono era do Cazaquistão, muito simpático. Tomamos o nosso café e fomos tirar fotos e caminhar pela cidade.




A fome bateu e decidimos ir a um outro bar quase no final da rua. Entramos, hummm, quentinho! Perguntamos se aceitava cartão: "no card?". A mulher meio que entendeu sem entender e respondeu: "Maika", apontando o dedo para o início da rua. Lá fomos nós atrás do Maika, pensávamos que era um bar que aceitava cartão, quando chegamos lá, era um hotel.




Achamos uma máquina ATM, tentei em uma, e russo, tentei na outra e tinha uma opção para língua inglesa. Escolhi o inglês e só a primeira e a segunda tela eram em inglês, depois, russo. Tentei uma, não deu, tentei outra, não deu, só consegui na terceira vez, rezando para que a máquina sempre devolvesse meu cartão.

Grana na mão fomos comer no mesmo bar do cazaquistanês, afinal ele tinha sido muito gente boa conosco, além de ter elogiado o excelente futebol do Brasil. Acho que ele não viu os últimos  jogos da seleção Brasileira.

 Comemos bem, churrasquinho de porco com cebola, arroz todo incrementado e pozi, uma espécie de guioza com recheio de carne meio árabe, delicioso. Tomamos duas cervejas russas e pegamos a estrada de volta, pois Célia estava congelando.



Fomos ao ponto das marshrutkas, havia uma paradinha prestes a sair, perguntei o preço, 100 rublos. Célia entrou logo e ficou esperando a partida, eu fiquei fumando um cigarro com um russo ao lado da marshrutka. Conversei com o russo que se chamava Wolfgand, trocamos cigarros russos com cigarros brasileiros e entramos no carro e fomos embora.

Dormimos no carro, pois o almoço tinha sido muito satisfatório. A cervejinha também. Acordei e para a minha surpresa, estava nevando! é a primeira vez que vejo neve de verdade, a de Dubai não conta. Muito bacana. Um cara desceu do carro em uma das paradas e eu até tentei pegar um floquinho de neve com a mão, mas ele logo virou água. Quando descemos no ponto fnal em Irkutsk, parecia apenas que tinha chovido, não nevava mais.

Andamos para o hostel, frio frio frio, menos vento, mas ainda sim, frio. paramos em uma cafeteria para tomar um café e esquentar os ossos. Célia pediu sem leite, mas como eu iria dizer para a balconista se nem café, cofee eles entendem? Conclusão, tomamos com leite mesmo, o impotante aqui é a temperatura.




pelo caminho, encontramos uns tanques de guerra em exposição permanente, tiramos algumas fotos.






Agora vamos arrumar as malas e dormir um pouco para amanhã, dia 18/05, embarcarmos no trem rumo à Ulan Ude, às 1:37h da matina, horário de Moscow, 6:37h da matina de Irkutsk, 18:37 do dia 17/05 no Brasil, a viagem dura 9 horas.

Até breve.

Desbravando Irkutsk - continuação


Irkutsk tem lindos prédios históricos, faculdades e museus que merecem muitas fotos.





Ruas que parecem bequinhos, bem como grandes avenidas, movimentadas e com muitas lojas de grife.







Igrejas e museus imponentes.








Estes foram a atração da cidade neste dia. Sei que o Dogo Alemão é super dócil, até tentei chegar mais perto e passar a mão neles, eles começaram a latir. Resolvi não me arriscar, pois os donos fizeram cara de Pit Bull e eu nem sabia se esses humanos eram vacinados.






Um dos sabacas (cachorro em russo), serviu de modelo para a minha fotografia.


Tentei outras fotos no mesmo pôr do sol, gostei do resultado.



Um lindo portal construído à beira do rio de Irkutsk.


Até os velozes e furiosos estavam lá.



Reparem no horário, 21:35h, o sol ainda estava no céu, a noite aqui começa a chegar às 22:00h. Isso é bom, porque acordamos tarde e deu para aproveitar bastante.





Passamos no supermercado e compramos comida para o jantar, chegamos no hostel era 23:00h, comemos e fomos dormir. Amanhã é dia de visitar o lago Baikal. Vou dar um mergulhão!

Desbravando Irkutsk

Acordamos com o despertador, às 14:00h. Tomamos o tão sonhado, merecido e relaxante banho de banheira, gastamos 30 minutos cada um.

Saímos pela cidade e a câmera fotográfica voltou a trabalhar. Muitas casas de madeira, antiquíssimas, todas trabalhadas. Algumas até estavam tortas, parecendo que afundavam no chão.




Achamos um café, entramos e pedimos 2 pedaços de pizza e um café para cada um. Foi a melhor pizza que comemos até hoje, Célia disse que é melhor do que a pizza da Itália - eu não sei, nunca fui à Itália, mas como Célia disse, eu acreditei, além do que, era deliciosa mesmo.


Após a pizza, fomos procurar um banco para sacar dinheiro, pois tínhamos poucos rublos.
Dinheiro sacado, voltamos ao hostel, pagamos as diárias e saímos, finalmente, desbravando a cidade.

Com um mapinha muito safado na mão, fomos bater pernas. A cidade é muito bonitinha, com ruas gostosas, muitas lojas, prédios bonitos, igrejas, museus, teatros, etc.




Fui pedir informação a um policial que estava na rua, perto do banco. Nós queríamos saber apenas para que lado estava o rio, para nos nortearmos com o tal mapa. O gurada foi solícito demais e o pior é que ele falava em russo achando que nós estávamos entendendo tudo. Desembestou a falar, pegou o mapa de nossas mãos e ia apontando no mapa e falando em russo. Ficamos bem uns 15 minutos com ele. Agradecemos e resolvemos fazer o nosso próprio caminho, o guarda apontou para lá, e nós fomos para cá.

O mais incrível é que parecia que estávamos no Brasil, o clima estava excelente, fazia 27 graus. Imaginem, 27 graus positivos em Irkutsk, na Sibéria.



Andamos bastante, visitamos praças, igrejas, museus, o rio, que é agrande diversão do povo daqui quando faz um calorão destes (para os siberianos).

Estes daí não são Husk´s, mas são siberianos!



Encontramos na frente de um edifício histórico, uma placa com indicações de todos os prédios históricos e igrejas na cidade. Achamos que seria melhor seguir o caminho por ali, guardamos o mapa e lá fomos nós.



Andamos por quase toda a parte da cidade onde se há algo interessante para ver.









Beirando o rio, os siberianos, em dias de sol e calor como o de hoje, lotam o espaço. Vodka, cerveja, sorvete, pipoca, churrasquinho, bicicletas, patins, tem de tudo.

Passeamos bastante e achamos um bar, afinal estava calor e queríamos tomar uma. Quando estávamos atravessando uma ponte, muito charmosa por sinal, Célia avistou um bar, ele tinha tipo um platô. Fomos nós refrescar a garganta.




O bar era o bar do Alex. Tinha duas russinhas muito bonitinhas servindo o bar todo. O problema é que o bar estava com 2 espaços abertos. Um lá em cima do platô e outro lá em baixo no piso térreo, ao ar livre. Lá em baixo estava lotado, cheio de mesinhas e tal, lá em cima nem tanto. Não entendemos o porquê. Só depois de 30 minutos para sermos atendidos é que percebemos o motivo, as coitadas das garçonetes tinham que subir e descer as escadas, servir o pessoal lá em cima e lá em baixo, todas branquinhas, estavam com as bochechas avermelhadas e respirando fundo.

Só bebemos uma cerveja cada um. Até queríamos comer, mas não tinha fotos no cardápio, todo em russo. Para conseguirmos pedir a cerveja, Célia teve que se levantar, ir até a mesa ao lado e apontar o que o pessoal estava bebendo. Sorte que eles são russos e pediram cervejas boas.

Saímos dali decididos a encontrar algo para comer, avistamos uma fumaça saindo de uma churrasqueira. Ôba, churrasco! Chegamos perto e vimos que era churrasco, mas um pouco diferente. A carne era de porco, mas era retirada da churrasqueira, colocada em cima de uma massa, tipo waffles, cebola, um molho delicioso e enrolada nessa massa. Muito boa escolha.


Continua......




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