Ainda no dia
10 de maio, pela manhã, percebemos que o visto da Célia é válido até o dia 30
de maio e que o nosso voo de volta ao Brasil é no dia seguinte, 31 de maio.
Dessa forma, Célia estará ilegal na Rússia por um dia. Olesya disse que
poderemos ter problemas com isso. Ela nos sugeriu que, quando formos de
Vladivostok para São Petersburgo, no aeroporto mesmo, procuremo o consulado
para sabermos o que temos que fazer. Acreditamos – Olesya também – que será
simples, apenas questões burocráticas.
Estávamos a
uma hora de embarcar no trem. Ficamos ali, os três, meio que enrolando para não
nos despedirmos, para aumentar ao máximo o tempo juntos. Olesya ainda insistiu
para esperar a hora de entrarmos no trem, mas já era abuso demais da nossa
parte. A despedida, inevitável e dolorida, foi feita regada a lágrimas. Todos
de olhos vermelhos e narizes escorrendo.
Agradecemos de
todo o nosso coração o apoio de Olesya e a sua amizade. Mas é a vida e temos
que seguir em frente. Dizem que há pessoas que passam por nossa vida e outras
que ficam para sempre. Olesya é uma das pessoas que ficarão para sempre em
nossas vidas.
Pegamos as
mochilas e malas, fomos procurar o número do portão do nosso trem, o 82.
Perguntei a um guarda da estação, mostrando a passagem, e dizendo: “port” (порт,
em russo). O guarda resmungou em russo e
he (nâo em russo) deu para eu entender.
Um
passageiro da estação, ouvindo aquilo tudo, tentou me ajudar. Olhou minha
passagem e eu dizia: “port”. Ele c ompreendeu e me mostrou um painel luminoso na
parede no outro lado da estação. Nesse painel havia o número do trem, destino e
o número do portão de embarque. Agradeci
em russo: “spaciba”(спасибо em russo) e chamei Célia para comer alguma coisa.
Paramos em
uma barraquinha dentro da estação , escolhemos um salgado cada um apontando o
dedo, mas, desta vez, já estávamos com o nosso russo avançado. Apontamos o dedo
e dissemos: “adin” (um em russo) e complementamos com “spaciba”. Queríamos
beber algo também. Como vimos um jovem bebendo chá ao lado da barraquinha,
dissemos té, ti e tea, mas não funcionou.
Apontei o
dedo para o copo de chá do rapaz. O
mesmo logo percebeu a dificuldade com a língua e nos ajudou dizendo ao
balconista: “chai”. Este mesmo rapaz nos ajudou a dispensar um mendigo que
chegou pedindo dinheiro. Penso que ele deve ter dito ao mendigo que somos
estrangeiros e que não entendíamos a língua russa. O mendigo resmungou algo e
foi embora.
Comemos o
nosso salgado, bebemos o chai e nos dirigimos ao portão 1. O trem 82 já estava
lá, era o nosso trem. `Pedimos a duas moças russas que tirassem uma foto nossa
ao lado do trem. Tudo em mímicas. Elas entenderam, tiraram a foto e pediram o
mesmo.
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